O Marketing nas Olimpíadas de Paris está a todo vapor! Se nas competições, o desempenho do Brasil não resulta em muitas medalhas, no campo digital as marcas estão conquistando ouro no quesito oportunidade. Ao mesmo tempo, não desapontam o seu público!
Os Jogos Olímpicos estão sendo realizados a cerca de 8800 quilômetros de distância do Brasil. Porém, as redes sociais diminuem essa distância. Afinal, a torcida brasileira usa esses canais para marcar presença, além de mandar toda a energia para os atletas do país.
Percebendo o engajamento orgânico que os usuários brasileiros promovem, muitas marcas estão criando oportunidades para se posicionarem nesse cenário olímpico.
O resultado são várias ações de Marketing nas Olimpíadas ocorrendo em tempo real. Por meio delas, dão voz e trazem humanidade às marcas. Inclusive, muitas dessas comunicações refletem os sentimentos que os brasileiros estão sentindo nestas Olimpíadas. Afinal, quem não pensou como o iFood e a Cazé TV?
Japão: A pedra no caminho do ouro das Olimpíadas
Nos primeiros dias de competição, o time japonês foi o algoz do Brasil. O Japão derrotou o Brasil em sete ocasiões distintas, sendo 4 chances claras de medalha, no judô e no skate street.
- Judô masculino: Willian Lima perdeu a final para Hifumi Abe e ficou com a prata;
- Judô feminino: Rafaela Silva perdeu o bronze para Haruka Funakubo;
- Skate Street feminino: Rayssa Leal ficou com o bronze, enquanto as Coco Yoshikawa e Liz Akama conquistaram o ouro e a prata;
- Skate Street masculino: Kelvin Hoefler ficou fora do pódio, enquanto Yuto Horigome foi bicampeão.
Além disso, no rugby e no futebol femininos, o Brasil também foi derrotado pelas japonesas. E, para fechar, no surf masculino, Filipe Toledo foi desclassificado nas oitavas de final para Reo Inaba.
Os resultados frustraram a torcida brasileira. Mas não desanimou, que usou a criatividade para lidar com a situação. No X, antigo Twitter, os memes representaram o que o povo estava sentindo.
O “bloqueio” das marcas ao Japão
Muitas marcas abraçaram a dor do brasileiro com a derrota e criaram suas próprias postagens criativas e divertidas.
A Netflix Brasil, por exemplo, fez um post mostrando que bloqueou a conta @Netflix Japan, com a legenda: “Chega, paciência tem limites!”.
Não demorou muito e outras marcas entraram na brincadeira. Como por exemplo, o Duolingo Brasil.
Além deles, o Banco Santander, Burguer King, Uber Brasil também entraram na brincadeira.
O Duolingo fez o bloqueio com a legenda: Estagiários unidos contra o Japão. Bastou e outras marcas interagiram no post, como por exemplo:
- iFood: “Não tem iFood no Japão pra eu bloquear… MAS SUSHI DOCE NELES!!!!!!!
- Hemmer: “Hoje o sushi é com minha maionese, sim senhor!”
- Telecine: Tirando meus filmes japoneses do catálogo até eles perderem pra gente!
Em reflexo, o brasileiro se divertiu e envolveu com o “bloqueio”. Apenas o post da Netflix alcançou 1 milhão de pessoas, com 44 mil curtidas, 4 mil compartilhamentos e 642 comentários.
Por outro lado, o desempenho do Duolingo já alcançou 816 mil contas, 37 mil curtidas, 2 mil compartilhamentos e 126 comentários.
Todos estes números foram obtidos de forma orgânica e sem esforços com produção de arte ou vídeo. Bastou um simples print e uma legenda criativa que conversasse com as pessoas naquele momento. Ou seja, as marcas souberam aproveitar a oportunidade que foi criada no cenário olímpico, ainda que não tão positivo para o Brasil!
A revanche brasileira com Gabriel Medina
Depois de amargar todas as baixas, enfim, a torcida brasileira respirou uma vitória que veio com duplo sabor de revanche contra o Japão. Isso se deu nas oitavas de final do surf masculino, com Gabriel Medina derrotando Kanoa Igarashi.
A primeira revanche se deu propriamente pelo fato do Brasil derrotar o Japão. Já a segunda é mais antiga, em 2021. Na ocasião, os atletas disputaram a final das Olimpíadas de Tóquio, que teve uma polêmica vitória de Igarashi.
Medina ficou com a medalha de prata. Porém, as decisões dos juízes foram contestadas (e ainda são), pois o brasileiro teve performances dignas de notas maiores que as do japonês.
Já em Paris, solo neutro, o desfecho foi diferente. O brasileiro obteve uma nota 9,90 em um turbo que foi digno de capa de caderno Tilibra! E no final, atingiu o somatório de 17,40 contra 6,44, que garantiu a vaga na próxima fase do surf e a eliminação do japonês.
Após o resultado, os brasileiros vibraram nas redes sociais. Inclusive, compartilhando uma foto icônica que o fotógrafo Jerome Brouillet registrou após a saída de Medina do tubo citado. E é claro que diversão peculiar dos brasileiros também ganhou as marcas.
A TV Globo e a Cazé TV, que têm os direitos de transmissão das Olimpíadas de Paris, postaram a euforia com a vitória do brasileiro. Os perfis debocharam da frase “chora, chora, que eu estou feliz”, usada por Igarashi quando derrotou o brasileiro em Tóquio.
No mesmo tom, a Netshoes brincou: “O shoyo é livre, meu camarada”.
Ações de Marketing nas Olimpíadas com vitória de Gabriel Medina
Não pense que as marcas estão usando as Olimpíadas para gerar envolvimento e criar conversas com o público. Afinal, a monitoria em tempo real dos Jogos abre espaço para ações de Marketing. Lembra do caderno Tilibra citado? Ele veio aí!
Os brasileiros citaram a Tilibra diversas vezes no X, destacando que as fotos de Medina deveriam estampar os cadernos da marca.
O termo “Tilibra” entrou na lista dos assuntos mais comentados do X quando Medina venceu sua bateria, em 29/07. Além disso, os brasileiros foram até o Instagram da marca e encheram os posts com comentários pedindo os novos cadernos.
No dia seguinte, a marca fez um post brincando com o fato. E questionou: Quem está esperando esse caderno? Mas é claro: aproveitou a oportunidade para divulgar seus produtos!
Milhares de pessoas deram resposta à marca. Eufóricos, enviaram sugestão de novas opções, como das atletas da ginástica, da natação, do BMX.
Ou seja, o conteúdo criado pelo usuário (UGC, termo em inglês para User Generated Content) fez a marca se destacar no meio digital e abriu oportunidades para novos produtos que talvez não estivessem mapeados pela marca.
Outras marcas também aproveitaram essa foto icônica para impulsionar vendas, como Mercado Pago, Magazine Luiza e Rexona.
Ginástica Artística com resultado histórico
Por fim, é claro que esse post também vai destacar o histórico bronze obtido pelo Brasil na Ginástica Artística por equipe.
O grupo formado pela veterana Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade fez os brasileiros irem à loucura com o resultado. E, consequentemente, as redes sociais virarem a maior arquibancada!
Aliás, no Instagram, uma selfie da Júlia Soares fez com que o assunto “dinheiro e cartão na capinha de celular” viralizasse. Motivo não faltava, afinal, quem não se identifica com essa cena?
E se é nas redes socias que o público está, é lá que as marcas foram vibrar junto!
O Burguer King reproduziu uma medalhe de bronze em um pão de hambúrguer. As Havaianas reproduziram movimentos da ginástica com seu chinelo tradicional.
Por fim, o Santander brincou que era o seu cartão Free que estava nas mãos da Júlia Soares, quando fez a selfie com a equipe campeã.
Naturalmente, as postagens geraram um fluxo alto de engajamento para as marcas. Como podemos ver, não houve um planejamento prévio do Marketing nas Olimpíadas. Pelo contrário, foram ativações espontâneas e em tempo real.
Porém, ainda que de forma mais imediata, exige que haja uma conduta das marcas em entender a importância das redes sociais. E mais: ter uma equipe dedicada na curadoria e monitoramento desses canais. Além, claro, de profissionais aptos para pensar nas ações criativas e estratégicas para ativar no momento certo!
Aliás, enquanto essas marcas estão nadando de braçadas, outras sequer figuram no ranking digital de ações nas Olímpiadas. Desta forma, perdem a chance de se posicionarem, gerar mais conversas, se aproximar de novos públicos e, principalmente, fortalecer o nome no mercado!
Ainda dá pra aproveitar as Olimpíadas de Paris
Sua marca está fora deste ranking? Não perca mais tempo e vem para o jogo com a Presstexto! Ainda dá para criar ações digitais e ativações em Marketing Esportivo nas Olimpíadas de Paris.
E claro, leve esse case para outras áreas da sua comunicação. Afinal, o Marketing nas Olimpíadas é apenas um exemplo de como é possível criar estratégias eficazes e engajadas tendo o esporte como elemento principal!
Por: Van Martins