A campanha Janeiro Branco está no ar! Mas, você sabe e por que é importante falar abertamente sobre esse tema em casa, no trabalho, nas rodas de amigos e em qualquer outro lugar?

É simples: Janeiro Branco traz o reforço de cuidar da nossa saúde mental, que é inerente a todos os demais campos da nossa vida. Veja como isso se aplica:

Possivelmente, você já fez (ou ainda fará) um balanço de 2022 e uma lista de metas para 2023, certo? Neste primeiro mês do ano esse é um hábito comum a milhões de pessoas. Isso porque o mês de janeiro nos inspira a refletir sobre a vida, relações, analisar o período passado.

Mas, também sobre o futuro. Ou seja, o que vamos fazer diferente daqui para frente, definir os objetivos do novo ano, entre outras reflexões. Deste modo, janeiro é uma página em branco da vida!

Contudo, o que muitas pessoas não fazem é colocar, nesta página, a saúde mental. Em outras palavras, não analisam como está o psicológico e o lado emocional. Um grande erro, afinal, sem estabilidade psicológica, estar bem consigo e com os outros, não é possível atingir qualquer outra meta.

Como surgiu a campanha Janeiro Branco?

Foi aproveitando esse período de reflexão somada à necessidade de fazer a saúde mental ser pauta nas discussões sociais e públicas, que, em 2014, um grupo de psicólogos de Uberlândia (MG) criou o movimento Janeiro Branco, que, posteriormente, se espalhou para outros países, como Estados Unidos, Colômbia, Portugal, entre outros.

O objetivo da campanha Janeiro Branco é construir a cultura da saúde mental na humanidade, promover o tema e conscientizar a todos. Mas, não se limita apenas à sociedade, o movimento se estende às autoridades governamentais e legislativas do mundo, defendendo a criação de estratégias e de políticas públicas voltadas à promoção da saúde mental.

Preconceito e estigmas da saúde mental

Falar de saúde mental, não deveria, mas ainda é um estigma para muitas pessoas, que não se sentem confortáveis em conversar com outras sobre o assunto ou buscar ajuda médica.

Esse comportamento é muito frequente no meio profissional, em que colegas de trabalho e gestores nem sempre estão preparados para entender e acolher quem está passando por isso.

Muitas das vezes, julgam erroneamente o colega por baixo rendimento, desânimo, desinteresse e descomprometimento. Todavia, não conseguem perceber que, na verdade, ele está passando por algum transtorno mental e precisa de ajuda.

O mesmo ocorre no ambiente familiar e entre amigos. Esses preconceitos existem porque as pessoas não têm conhecimento sobre saúde mental. Assim, por medo de não ser compreendido, quem está atravessado algum quadro de doença mental tem receio de compartilhar a situação com os outros ao seu redor, prejudicando-se ainda mais.

Janeiro Branco: dados da saúde mental no Brasil e no mundo

Esse sofrimento solitário é refletido em números. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2019, em escala global, havia mais de 1 bilhão de pessoas com transtorno mental. Mais grave ainda: 70% não procura ajuda.

O reflexo disso foram 3 milhões de mortes anuais em consequência do uso do álcool e 1 morte por suicídio a cada 40 segundos. Obviamente que, com a pandemia, esses dados avançaram drasticamente.

Quando olhamos para o Brasil, a OMS estima que cerca de 31% a 50% dos brasileiros podem apresentar pelo menos um episódio de transtorno mental ao longo da vida.

Para evitar que esses números culminem em novas vítimas, é importante aprofundar o conhecimento sobre os principais tipos de transtornos mentais, sintomas e sinais de quem precisa de ajuda social e profissional, e, principalmente, saber acolher e apoiar essas pessoas.

Principais tipos de transtornos mentais

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), existem mais de 300 Transtornos Mentais catalogados. Os 8 mais frequentes são:

  1. Ansiedade: 9,3% da população brasileira
  2. Depressão: 5,8% da população brasileira
  3. Transtornos Alimentares: 4,7% dos brasileiros (chega a 10% na adolescência)
  4. Transtorno Bipolar: 4% da população brasileira
  5. Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): 2% da população brasileira
  6. Esquizofrenia: 1% da população brasileira
  7. Estresse pós-traumático: 1% a 3% da população brasileira
  8. Transtorno de personalidade Borderline: 6% da população mundial

A OMS aponta que o Brasil tem a maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%). Quando se trata de depressão, nas Américas, ocupamos o 2º lugar, com taxa de 5,8% – atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9%.

Principais sintomas de transtorno mental

Como citado, as pessoas que sofrem de qualquer doença mental nem sempre conseguem se abrir e pedir ajuda às demais. Mas, é comum também que ela própria não consiga perceber que está passando por esses problemas.

Por isso, é importante conhecer alguns dos principais sintomas dessas doenças para conseguir identifica-las e procurar assistência médica.

Veja alguns dos principais sintomas:

  • Mudanças de humor repentinas
  • Mudanças no comportamento
  • Dificuldade em se concentrar
  • Dificuldade em raciocinar
  • Esquecimento frequente
  • Problemas em expressar ideias
  • Isolamento de outras pessoas
  • Insônia ou excesso de sono
  • Ansiedade e tensão frequentes
  • Sensação permanente de mal estar

É importante ficar atento aos sinais. Caso note algum deles, converse com um psicólogo ou psiquiatra para ter o acompanhamento e suporte necessários, pois todos os transtornos têm tratamento.

Canais gratuitos de apoio à saúde mental

Há diversos serviços gratuitos de apoio à saúde mental. Por exemplo, o Centro de Apoio à Vida (CVV) – projeto que fornece apoio emocional e prevenção ao suicídio 24 horas por dia, via e-mail, chat e telefone.

Há ainda o Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do SUS (Sistema Único de Saúde) que disponibiliza acompanhamento psicológico gratuito.

Outra opção é o Mapa da Saúde Mental, que traz uma lista com diversos psicólogos e outros profissionais da saúde que prestam atendimento grátis por todo o território nacional. Acesse e encontre o mais próximo de você.

Fale sobre Janeiro Branco

Agora que você já sabe a importância do Janeiro Branco, que tal levar o conhecimento para outras pessoas?

Aproveite todo esse conteúdo para compartilhar a importância de cuidar da nossa mente em primeiro lugar.

Dialogue com amigos, familiares e, principalmente, no ambiente de trabalho. Compartilhe o Janeiro Branco com todos ao seu redor, pois a informação pode salvar vidas, afinal, cuidar da mente é cuidar da vida.

Lembre-se: a campanha é uma ótima ação de Comunicação Interna. Por isso, se desejar levar o tema para conscientização do seu time, fale com a Presstexto!

Por: Van Martins