Se o caro leitor respondeu que sim, deve saber também que o assunto anda causando muita confusão, especialmente por expor a comunicação institucional de grandes marcas que, talvez sem saber, viram seus anúncios digitais expostos em sites políticos, em perfis falsos, sites de jogos de azar até em ambientes de pornografia.

Mas se sua resposta foi não, vamos lá.

O que é mídia programática?

A mídia programática, a grosso modo, é aquela que você contrata junto às plataformas digitais para que seu conteúdo seja apresentado de forma contextualizada para seu público-alvo. Uma vez acertado o acordo, sua marca passa a ser exposta de maneira diversa na internet mediante uma equação valor/tempo de exposição (um dia, uma semana, um mês, por exemplo).

Sem dúvida uma estratégia de capilaridade gigantesca, tamanha a velocidade de propagação das informações atuais e as infinitas possibilidades de propagação.

A questão é que o anunciante não tem controle total sobre a escolha das páginas e horários onde suas peças serão veiculadas. Ou seja, não há como garantir que sua marca estará exposta em um ambiente condizente com o perfil de seus consumidores.

Claro, há filtros definidos com antecedência, assim como existe a responsabilidade dos profissionais e plataformas envolvidos no processo. É possível estabelecer critérios que ajudam a evitar que seus anúncios sejam publicados em plataformas indesejadas. Porém com novos sites sendo criados a todo momento nem sempre esses filtros funcionam com perfeição.

O caso mais recente de polêmica envolvendo publicidade digital foi o do Banco do Brasil, que do dia para noite teve que retirar sua publicidade oficial de um sem número de sites relacionados a propagação de Fake News por ordem judicial.

Má fé x Desinformação em anúncios digitais

Como em todos os setores da Comunicação Corporativa, sempre haverá a possibilidade de um erro de estratégia, o que se corrige com conhecimento e capacitação de equipes de Publicidade, RH, Marketing, etc. Mas não se pode negar que há, sim, estratégias muito bem montadas para captar a verba publicitária de clientes importantes e atraí-las para ambientes, digamos, pouco confiáveis.

Falta de informação ou má fé do pessoal do Banco? Fica difícil afirmar ou negar.

Mas se para uma marca como o BB – cujo responsável pela Comunicação quase nunca sabemos quem é – a história foi parar na justiça, imagine o estrago que a mesma situação pode causar para a sua marca, para os seus consumidores.

Ah, então abandonemos esse tipo de mídia?

Jamais.

O ambiente digital é uma ferramenta poderosa para toda e qualquer estratégia de Comunicação. Não existe mais qualquer possibilidade de uma marca se manter no ambiente analógico.

A saída, ao contrário, é conhecer esse universo antes de se arriscar. Para isso há empresas sérias no mercado, capazes de estabelecer os canais e as mensagens que melhor se adequam ao seu público, assim como quando e onde anunciar.

Seu público já é digital. Não há volta para isso.

Já o conhecimento e a responsabilidade sobre a informação, esses serão sempre das marcas, dos profissionais e das agências de Comunicação.

E isso é muito bom.

Por: Ricardo Pinheiro